05.03.2022

A peça Riobaldo, adaptação da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa com direção de Amir Haddad, estreia no Teatro Sérgio Cardoso em temporada presencial

A peça Riobaldo, adaptação da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa com direção de Amir Haddad, estreia no Teatro Sérgio Cardoso em temporada presencial

Fonte: Reino Literário BR

 

O espetáculo Riobaldo, interpretado e adaptado por Gilson de Barros, com direção de Amir Haddad, apresenta temporada presencial no Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte, a partir do dia 11 de março. O espetáculo é uma adaptação do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, e joga luz sobre o papel dos amores na vida do sertanejo Riobaldo, proporcionando reflexões sobre as travessias do homem humano.

 
Riobaldo estreou em março de 2020, no Espaço Cultural Sérgio Porto, RJ. Uma semana depois, teve a temporada cancelada por conta da pandemia. Manteve sua interlocução com o público através de lives entre ator e diretor, e foi uma das primeiras a fazer apresentações virtuais. Voltou ao contato com o público, em 2021, fazendo temporadas na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca e no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana. Essa será a primeira temporada paulistana da montagem.


 
SINOPSE
A peça é uma adaptação do romance Grande Sertão: Veredas - obra prima da literatura brasileira escrita por João Guimarães Rosa. Nela, o seu personagem central, o ex-jagunço Riobaldo, relembra sua vida e seus três grandes amores: Diadorim, Nhorinhá e Otacília. O incompreendido amor homossexual por Diadorim, o amigo que lhe apresentou a vida de jagunço e lhe abriu as portas do conhecimento da natureza e do humano, levando-o ao pacto fáustico; o amor carnal e sem julgamentos pela prostituta Nhorinhá; e o amor purificador por Otacília, a esposa, que o resgatou do pacto fáustico e o converteu num ‘homem de bem’.


O personagem enfrenta questões que transcendem ao lugar sertão. O diabo existe? Houve o pacto fáustico? A trama Roseana transita entre o real e o misterioso, atingindo o universal. A sexualidade, a masculinidade, e, principalmente, o amor, em suas mais diversas formas são tratados de forma magistral no espetáculo.
 

PALAVRA DO DIRETOR

AMIR HADDAD - @amirhaddadreal
Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.
 

Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis.
 

PALAVRA DO ATOR E ADAPTADOR
GILSON DE BARROS - @gilsondebarrosator
Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação.  A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.
 
O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!
 

SOBRE AMIR HADDAD
Com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criou em 1958 o Teatro Oficina, ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Cândida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e em Vento Forte para Papagaio Subir (1958), de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou o prêmio de melhor direção.
 
Deixou o Oficina em 1960. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção do Teatro da Universidade Católica do Rio. Fundou, em 1980, os grupos A Comunidade (vencedor do Prêmio Molière pelo espetáculo A Construção) e o grupo Tá na Rua. Paralelamente, Amir também realizou projetos como O Mercador de Veneza, de Shakespeare (com Maria Padilha e Pedro Paulo Rangel), e shows de Ney Matogrosso e Beto Guedes.
 
Ainda hoje, com o microfone na mão, Amir coordena sua trupe de atores pelas ruas e praças o Grupo Tá Na Rua. Tem dirigido e/ou supervisionado peças com grandes nomes da cena, como Clarice Niskier, Andrea Beltrão, Pedro Cardoso, Maitê Proença, entre outros.

 
SOBRE GILSON DE BARROS
Estudou na UNIRIO, Bacharelado em Artes Cênicas. Trabalhou com grandes diretores, como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira, Domingos Oliveira e o próprio Amir Haddad. Participou de mais de 25 peças. Algumas: Bolo de Carne, de Pedro Emanuel e direção de Yuri Cruschevsk; Murro em Ponta de Faca, texto e direção de Augusto Boal; Ópera Turandot, com direção de Amir Haddad; Os Melhores Anos de Nossas Vidas, texto e direção de Domingos de Oliveira; Da Lapinha ao Pastoril, texto e direção de Luís Mendonça; A Tempestade, de Shakspeare, direção de Paulo Reis e O Boca do Inferno, texto de Adailton Medeiros e direção de Licurgo. Ganhou ainda o prêmio de Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio – 1982 e prêmio de Melhor Ator do Festival de Teatro – SATED/RJ – 1980.
 


FICHA TÉCNICA
A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa
Adaptação e atuação: Gilson de Barros
Direção: Amir Haddad
Cenário e figurinos: Karlla de Luca
Iluminação: Aurélio de Simoni
Programação visual: Guilherme Rocha e Mikey Vieira
Fotos e vídeos: Renato Mangolin
Técnicos: Carlos Henrique Pereira / Mikey Vieira
Produção: Barros Produções Artísticas Ltda.
Mídias Sociais: Fernanda Nicolis
Assessoria de imprensa: Júlio Luz – 21 98127-9366
 


Serviço
Riobaldo
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno (Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista)
Temporada: De 11 de março a 10 de abril, sexta a domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada)
Compras pelo site https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/
Duração: 65 min
Classificação indicativa:  16 anos
Capacidade: 144 lugares


Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e diversos programas em difusão cultural e economia criativa, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 17 anos, a entidade desenvolveu 12 mil ações culturais, atingindo mais de 25 milhões de pessoas.
 


Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro.

Por Appa
Adm
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